sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O controle político da comunicação

O controle político da comunicação ocorre quando os meios de comunicação são dominados por agentes da esfera política com o objetivo de utilizar tais meios como instrumentos para obter vantagens no jogo político.
O fenômeno do controle político da comunicação parece ser incompatível com o atual estágio das indústrias da comunicação e da consolidação dos regimes democráticos. Porém, ainda se faz presente principalmente nos espaços fora dos centros nacionais, sem monitoração e acompanhamento da sociedade civil e da grande imprensa. Nas pequenas cidades os meios de comunicação são freqüentemente utilizados para falar bem dos aliados dos donos da emissora e falar mal dos adversários.
Mas o problema não está na posse particular dos meios de comunicação. O problema se instala quando a indústria da comunicação é utilizada para explorar conforme as conveniências e as perspectivas de lucros dos particulares. A informação midiática pode construir ou destruir honras, reputações, nomes e imagens. É também meio predominante para conhecimento da atualidade, dos fatos, das opiniões, relações e circunstâncias do mundo.
Na sociedade contemporânea, a informação política via comunicação de massa tornou-se recurso fundamental para a vida civil. O controle da comunicação política por grupos de interessados em obter vantagens no jogo político é inaceitável. A democracia tem como exigências a igualdade de chances para quem participa da disputa política e também a exigência de que as pessoas possam formar a sua própria opinião política de maneira livre. Quando o controle da comunicação está nas mãos de particulares interessados no jogo político, as informações políticas são produzidas e editadas com o propósito de dominar a opinião pública e a esfera civil obtendo vantagens na arena política.
Os veículos de comunicação devem oferecer informações políticas suficientes para que o cidadão possa conhecer integralmente os grupos políticos em disputa e que permita formar uma opinião política qualificada e suficiente para garantir o exercício da cidadania. Os veículos de comunicação também devem permitir que os agentes do campo político e da esfera civil apresentem as suas próprias posições no sistema de informação política da comunicação de massa. Esses aspectos objetivam garantir a igualdade de chances para os agentes da disputa política, uma vez que, o controle político da arena da comunicação significa a introdução de uma vantagem que é inaceitável.
Ter o controle da comunicação política é ter o poder de publicar, ocultar ou reservar fatos, idéias e circunstâncias do mundo político.
O controle político da comunicação política viola as regras que regulam e garantem a preservação da situação e impede a formação de uma autêntica arena pública de discussão e disputa. Além disso, o controle político torna possível impedir a entrada de qualquer discussão no circuito da disputa, principalmente de posições que sejam contrárias às suas, ou poderia transformá-las para que se tornassem pouco atraentes e inofensivas.
Não é incomum vermos nas pequenas cidades emissoras de rádio ou jornais impressos controlados por políticos ou partidos e utilizados para obter vantagem no jogo político.
É importante para a democracia que os agentes do controle da comunicação política não sejam do sistema político, pois o sistema político tende a defender o próprio sistema político.

Texto baseado no cap. 4 do livro “Transformações da política na era da comunicação de massa” de Wilson Gomes.

sábado, 7 de julho de 2007

Músicas dos filmes "O Fabuloso destino de Amélie Poulain", "Good Bye Lenin" e "Forrest Gump".
Belas histórias, excelentes músicas.
free music

domingo, 29 de abril de 2007

Onde estava Papai Noel ?

Era véspera de Natal e D. Carmem recebia em sua casa a visita de Carlos, seu filho que há 12 anos não retornava à pequena cidade de Maracás. Com ele estava Milena, sua pequena filha de 11 anos.
Pedrinho, filho de uma ex-empregada de D. Carmem, sempre que podia estava na casa da velha senhora a quem chamava de "vó". Adorava ouvir as histórias que D.Carmem contava do seu tempo de menina.
Naquela manhã, ao chegar na porta da casa da "vó", Pedrinho percebeu que pessoas estranhas estavam na casa e não quis entrar. Atravessou a rua, sentou-se na calçada de frente para a porta e dalí observou o que acontecia na casa. Pouco tempo depois D. Carmem veio até a porta e, vendo o garoto sentado na calçada, mandou que ele entrasse. Ao ver Milena, que estava com a avó, Pedrinho ficou encantado. Era a menina mais linda que ele já tinha visto. Ela tinha cabelos loiros e usava um lindo vestido rosa com botões coloridos. Sem querer desobedecer a avó, Pedrinho entrou, pediu a bênção e seguiu direto para o quintal da casa, onde costumava brincar debaixo do pé de jamelão. Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse aquela menina que nem mesmo sabia o nome.
Pedrinho sentou-se no pequeno balanço que ele mesmo havia feito na árvore e começou a balançar. Estava com o pensamento tão distante que nem mesmo percebeu que Milena o observava da porta do quintal.
Algum tempo depois, já quando saía da casa, o garoto ouviu uma voz que vinha do quarto e parou para ouvir. Era a voz da menina. Ela repetia uma oração que o pai a tinha ensinado para que pedisse ao Papai Noel o seu presente de Natal. Após ouvir aquilo Pedrinho teve uma idéia e saiu.
Quando anoiteceu, a mãe de Pedrinho o chamou para ir à missa, mas ele não quis, disse que estava cansado e que iria dormir mais cedo. Na verdade, Pedrinho queria colocar em prática a idéia que havia tido e foi exatamente o que ele fez. Pedrinho entrou no quarto, apagou a luz e, ajoelhado ao lado da cama, repetiu a oração que ouvira da menina. Na sua oração Pedrinho pediu ao Papai Noel que fizesse daquela menina a sua namorada, mesmo que fosse por um instante. Após a oração Pedrinho ficou por um longo tempo deitado na cama até pegar no sono.
Assim que acordou, Pedrinho foi até a casa de D. Carmem e ao chegar na porta percebeu que a casa estava diferente, parecia não haver ninguém. Pedrinho entrou e ao encontrar D. Carmem ficou sabendo que seu filho recebera um telefonema urgente e naquela manhã precisou voltar para casa com Milena. Era a primeira vez que Pedrinho ouvia seu nome.
Com a notícia Pedrinho ficou muito triste e logo foi embora, não queria que a "vó" percebesse seu sentimento. Aquela não foi a primeira vez que seu pedido de natal não fora realizado, mas em nenhum outro ele o fez com tanta fé.


Texto de Layno Sampaio Pedra